Agora é carnaval
E eu, como todo folião que dança na vida
Sem chances de, pelo menos, escolher a música,
Faço parte do bloco dos desesperados!
Represento o palhaço
Nesse circo dos horrores
Sem futuro,
Com esse crachá-corrente pendurado
E o ponto me esperando
Pra marcar minha participação no dia,
Minha agonia...
Tenho o tempo contado
Tenho o tempo contado
Como o desfile marcado
Pelos estrondos da bateria regida
Às ordens do mestre da obra a concretizar
E os olhos imponentes do camarote assistem
O espetáculo da fantasia se rasgando,
Da maquiagem derretendo,
Da personagem chegando ao fim do romance,
Do capital humano se desfalecendo,
Se entregando, arriando na dispersão
No fim da pista, da linha...
Na portaria.
A caminhada até o barracão
No começo-fim do dia.
“Carnaval, carnaval...
Eu fico triste quando chega o carnaval.”
Eu fico triste quando chega o carnaval.”
Denise Soares - 01/03/2007